Só prometo um café
E meu coração ficou um caco. Jurei parar de fumar,
não mais beber, emagrecer, viajar e correr uma maratona. Também jurei não me
apaixonar – parecia a coisa mais sensata depois de acordar com os olhos
inchados, corpo pesado e uma dor de cabeça que me acompanhou por todo aquele domingo
de ressaca. Os discos eram os mesmos e eu tentei mudar os móveis de lugar. Um
sambinha para alegrar, algumas flores para animar e janela aberta para o sol
entrar. Nessa rima, pensei, me enganaria bem até você chegar!
E chegou, como vento frio no final da tarde de
início de primavera, sem avisar. Pensei que já estava grandinho o bastante para
não cair na lábia de um sorriso bonito, de um riso fácil, de um bate papo que
faz perder a hora na manhã seguinte – e tanto faz se a conversa era acompanhada
de copos americanos com cerveja de litro, cristais recheados de Cabernet
Sauvignon ou numa distância encurtada pelo celular. Mero engano... Já
dizia Paulinho da Viola "meu coração tem mania de amor"
e a essa altura eu já tinha esquecido meus votos e desenvolvido um TOC por
você. Vem cá, pode ser todo dia?
E tem sido.
Uma adrenalina em meio à calmaria do nosso fim de domingo. Não sou bom em
promessas, mas talvez seja essa a maratona que eu buscava, o vício que eu
direcionava, a aventura que eu procurava e o corpo que eu almejava – beleza
esperta! Enrosca teus pés nos meus e vamos curtir a preguiça. Me faz esquecer o
chefe, a semana, a dieta e o passado, que foi muito útil até você chegar. Agora
é comida pra dois, cochilo depois e despertador pra segunda – amanhã te prometo
um café!
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